PCP REFORÇA-SE<br>NA ACÇÃO
«Mais força para influenciar a abertura doutro rumo»
A semana que passou ficou marcada por diversos acontecimentos que pelo seu significado político importa destacar.
É o caso da discussão em torno da descida da TSU para o patronato decidida pelo Governo como moeda de troca pela subida do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 557 euros. O PCP continua a denunciar e a rejeitar esta medida que retira verbas à Segurança Social e ao Orçamento do Estado e apresentou na Assembleia da República um pedido para a sua apreciação parlamentar tendo em vista a revogação.
De forma coerente com os princípios que defende, o PCP continua a bater-se pela subida do SMN para os 600 euros sem qualquer bónus na TSU ao capital, como deixou mais uma vez claro na Assembleia da República o Secretário-geral do PCP. De facto, no debate quinzenal da passada terça-feira, Jerónimo de Sousa questionou o primeiro-ministro sobre a matéria aproveitando para contrapor esta medida à situação dos trabalhadores com longas carreiras contributivas que não podem requerer a reforma pelo corte significativo no seu valor que viriam a sofrer. «Por que é que o Estado – questionou – é tão seco e rigoroso para os trabalhadores e tão mãos largas para o capital»?
Com objectivos bem diferentes e numa linha de total incoerência com aquilo que no governo defendeu e decidiu, o PSD mostrou-se disposto a votar iniciativas legislativas que revoguem tal medida. Como referiu Jerónimo de Sousa, «há males que vêm por bem» e o voto contra do PSD, mesmo sendo outra a intenção, acabaria por beneficiar os trabalhadores e a economia nacional para quem esta medida do Governo representa graves prejuízos.
Continua também a discussão em torno do Novo Banco num jogo que oscila entre as tentativas para melhorar as suas condições para posterior entrega ao grande capital (Governo PS), as posições que apontam para a falência, aliás, de desastrosas consequências para o País e as posições daqueles que, como é o caso do PCP, defendem a manutenção deste banco na esfera pública. Um banco que sob controlo público efectivo, liberto de incorporação de activos tóxicos, possa potenciar a recuperação das suas perdas e ser orientado para o apoio às pequenas e médias empresas e famílias, na defesa dos interesses nacionais e dos direitos dos trabalhadores.
Destaca-se ainda a realização, no domingo, de eleições intercalares para a Assembleia de Freguesia de Galveias (Ponte de Sor) onde a CDU passou de terceira para primeira força política com maioria absoluta passando de um para cinco eleitos, aumentam em votos, percentagem e mandatos, enquanto o PS descia de sete para quatro eleitos, passando de primeira (com maioria absoluta) para segunda força política e o BE obtinha 16 votos (e nenhum mandato).
No passado dia 12 teve lugar em Lisboa o plenário de sindicatos da CGTP-IN que contou com uma elevada participação de trabalhadores que desfilaram até à Assembleia da República onde entregaram uma petição com 76 637 assinaturas em defesa da contratação colectiva. O plenário apontou linhas de acção para o movimento sindical unitário em 2017 e apelou à mobilização geral para a dinamização da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho tendo em vista uma intensa acção nacional pelo aumento geral dos salários e a aplicação dos 600 euros como salário mínimo nacional, identificando outras reivindicações sentidas pelos trabalhadores. Foi igualmente salientada a importância da preparação do 1.º de Maio sob o lema «Valorizar o trabalho e os trabalhadores» como expressão da acção reivindicativa de cada empresa e sector e grande jornada de luta de todos os trabalhadores.
Tiveram também expressão esta semana importantes lutas em diversas empresas e sectores. Da mesma forma merece registo a manifestação realizada no passado sábado contra a degradação dos serviços no Hospital de Portimão.
O PCP prossegue e reforça a sua intervenção em luta por mais emprego, melhores salários e uma vida melhor de que foi importante expressão a acção de rua do passado sábado em Sacavém, com a participação do Secretário-geral do Partido, que reafirmou a necessidade de reforçar o PCP como condição necessária e possível para a concretização da alternativa patriótica e de esquerda.
Do mesmo modo, o PCP deu início ontem à segunda fase da campanha «Mais direitos, mais futuro. Não à precariedade» com acções em dezenas de empresas, mostrando assim que reforçar a luta contra a precariedade é reforçar a luta em cada empresa pelos problemas concretos dos trabalhadores, exigir salários dignos e vínculos efectivos para postos de trabalho permanentes.
Integrada na acção geral de reforço do Partido prossegue também a campanha nacional de valorização e divulgação do Avante! em que se inseriu a venda especial da semana passada e que requer a tomada das medidas necessárias à garantia do seu êxito, nomeadamente aumentando a venda regular a mais leitores dentro do Partido e com uma audaciosa acção de contacto para fora, alargando o número de responsáveis pela distribuição, realizando vendas especiais, promovendo a leitura e contribuindo mais para o seu conteúdo.
O PCP continua a intervir reforçando a sua acção por uma vida melhor para os trabalhadores e para o povo. Mas precisa de mais força para influenciar a abertura doutro rumo que garanta um futuro soberano com justiça e progresso social. E a verdade é que, como sublinhou Jerónimo de Sousa em Sacavém no sábado passado, «força dada ao PCP é força de quem a dá».